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Instituto Maniva e Ecochefs

“Comida é cultura, é afeto, é memória”. Quem costuma dizer isso é a Chef Teresa Corção, que é proprietária do restaurante O Navegador, no Centro do Rio e é quem está por trás da criação de uma ONG incrível que nasceu para olhar pra gastronomia como importante ferramenta de transformação social, trazendo a bela união entre ética e prazer na alimentação. O nome do projeto, Instituto Maniva, já mostra a que veio: trazer o nome de um alimento tipicamente brasileiro, a Mandioca, presente em quase todo o quintal do país e também na memória dos migrantes é trazer a reflexão do poder que a alimentação tem numa mudança social. “A função de um chef é ser um elo entre a produção e o consumo”, ela diz, “Isso é uma forma de ativismo político”.

E é isso que vem fazendo desde 2001, quando iniciou o que viriam a ser as primeiras atividades do Instituto: ela começou a dar oficinas de tapioca para crianças do ensino público do Rio. Até hoje já foram mais de 3000 crianças que aprenderam a importância desse alimento para a cultura do país além de, claro, como preparar a goma e a tapioca, num ensino cheio de pitadas de história do Brasil, geografia, música e teatro.

“Teresa é a rainha da mandioca”, diz Ana Sales, chef parceira da Caprichar que faz parte do grupo de Ecochefs, outro braço importantíssimo do projeto criado em 2006. Trata-se de um grupo de chefs que se comprometem a ter responsabilidade socioambiental e a missão de promover a comunicação e fazer a ponte, de forma sustentável, na cadeia produtiva do alimento, unindo quem produz a quem consome. Mais: é uma rede para atuar com a educação do gosto, para resgatar a memória alimentar brasileira, para divulgar o tão bonito conceito de ecogastronomia, que vem para unir na mesma panela prazer e responsabilidade socioambiental.Chef gourmet e professora de gastronomia Ana Salles. Rio de Janeiro, 11.11.2014 foto: AndrÈa Testoni

Hoje, o grupo conta com 18 ecochefs que, em comum, compartilham do amor pela comida e do comprometimento com um percurso sustentável da comida. “É incrível ser parte de um projeto que nos estimula a estarmos conectados com aqueles que produzem os alimento que usamos”, diz Ana, “Nós participamos das barracas de tapioca que acontecem nas feiras orgânicas, estimulando o contato com os produtores, e também fazemos visitas técnicas para divulgar os produtos”. Todos os chef são voluntários e pagam uma mensalidade que ajuda o Instituto a manter suas ações, que são focadas em Cultura, Educação e Agricultura. Um trabalho que reúne verdadeiramente amantes da alimentação, no seu sentido mais pleno, que é um misto de prazer, de afeto, de cultura e de memória, como disse e sempre lembra a chef Teresa Corção.

http://www.institutomaniva.org/

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